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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ensaio - O perdão partes 2 e 3

  • Não é ato de nobreza, é benefício próprio
Muitas vezes pensei... “como aquela pessoa é evoluída”. Jamais seria capaz de perdoar se isso tivesse acontecido comigo, até observar que na verdade não é um ato de nobreza e sim que depois de um longo período de sofrimento passamos a entender que a pessoa mais prejudicada com essa situação (ferida) somos nós mesmos.
Na teoria de Enright Forgiveness Inventory – EFI é feito uma análise das escalas de atitudes para o perdão (o registro do perdão), assim o autor cria um modelo que é constituído por fatores na ordem do afeto, comportamento e julgamentos que são correlacionados.

Robert D. Enright definiu que o perdão interpessoal, se dá a partir da perspectiva da vítima, em um contexto específico, o da injustiça onde diz: “perdoar é uma atitude moral na qual uma pessoa considera abdicar do direito ao ressentimento, julgamentos negativos, e comportamentos negativos para com outra pessoa que a ofendeu injustamente. E, ao mesmo tempo, nutrir a compaixão, a misericórdia, e possivelmente o amor para com o outro que ofendeu”. Tecnicamente essa possa ser a fórmula de como acontece o processo de dar perdão, mas não acho que à questão seja tão sistematizada e talvez por isto vá além das análises científicas, mas toda a reflexão é válida para colocarmos em prática ações que nos proporcione bem estar e uma vida mais feliz.

  • Em busca da felicidade
Na corrida para ser mais feliz, a primeira coisa que fazemos é  pensar na dimensão dos nossos desejos e nos deparamos  com um grande abismo cheio de intenções, objetivos a serem alcançados. Como se trata de assunto extremamente particular, pois cada um tem o seu sonho de felicidade, faço uma análise geral de requisitos básicos que acredito influenciarem diretamente na construção de uma vida mais feliz.

Acredito que a felicidade esteja no “ser” e não no “ter”, ou seja, depende do íntimo de cada um, pois quando sonhamos com uma felicidade que nunca se esgote, talvez jamais saibamos que algum dia ela existiu.  Ficamos sonhando e esquecemos-nos de protagonizar a peça da vida que está em cena agora!

A felicidade é a construção de momentos bons, já temos consciência de que nossa vida precisa de equilíbrio para que de fato saibamos valorizar e viver bem a cada momento, assim o perdão é uma das medidas primordiais neste ciclo da vida. Porque sempre acontecerão decepções durante essa busca, pois depositamos expectativas que os “outros” não são capazes de retribuir, gerando uma série de conflitos, mágoas, traições... etc; assim o perdão vem amenizar trazendo equilíbrio para a felicidade.

A palavra chave no conceito felicidade em minha opinião é amor, a busca de felicidade na verdade está na essência de sermos amados, mas para isso precisamos nos despojar. Voltamos então ao ponto de partida, o nosso mapa mental, para que o amor aconteça é necessário que outros sentimentos caminhem juntos, como aquela frase que diz: “só é capaz de perdoar que ama de verdade, então...”!  

Santo Agostinho, doutor da igreja católica faz uma reflexão sobre a manifestação do bem/da felicidade, a relação que se dá em algumas dimensões: o bem moral e o metafísico, traduzindo somos reflexos da alma. Se nosso coração está ferido automaticamente distante de Deus (que para ele é o bem moral) nossos atos (que é o metafísico) é atingido.  A vida precisa de amor e a fonte dele é Deus.Ouvimos falar que as pessoas rancorosas, cheias de mágoas podem até ter um câncer, se pensarmos nesta dinâmica onde o físico é interligado com alma com certeza chegaremos a está conclusão.

Alimente-se, portanto de amor como diz a oração: “onde houver ódio que eu leve o amor, onde há ofensa perdão, pois é dando que se recebe”. Se cuidarmos do interno o externo transparecerá o que temos de melhor para oferecer. Viver o que a vida tem para hoje é humano e divino!

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