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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ensaio - O perdão

  • O ato de perdoar -  Parte 1
Pode parecer mais um texto de auto-ajuda ou uma receita pronta, entretanto, esta é a experiência mais difícil de ser vivida por mim e acredito que seja o da humanidade também, o dar e o pedir o perdão. 
Seria eu religiosa, puritana? Talvez! Mais o ato de perdoar vai além... requer uma “decisão decidida” redundante, não apenas incisiva na busca da felicidade. O que tem a ver perdão com felicidade... creio que tudo!

Sabe quando fazemos um mapa mental e daquele assunto sai diversas outras possibilidades? Assim é o perdão que está interligado com diversos sentimentos do coração e porque não dizer da saúde do corpo. Um padre amigo disse uma vez: “perdoar não é esquecer, o perdão é simplesmente não alimentar aspectos negativos e sofrimentos que passamos”. Concordo, não somos um computador muito ao contrário disto, temos memória e diferente da máquina não temos a função do “delete”, e é exatamente isso que faz toda a diferença, pois aprendemos com situações que passamos.

Esses acontecimentos que são naturais no decorrer da vida de cada pessoa, não são fáceis de esquecer. A proposta do perdão é exatamente o oposto. É não usar deste acontecimento como um marco de dor e de autocondenação, é realizar o exercício de olhar para o outro lado da moeda. Precisamos diariamente fazer uma reflexão sobre aquilo que somos, pensamos e sentimos os reflexos que nossos atos causam para tirar lições necessárias e seguirmos em frente dando a oportunidade de se abrir para o novo. O perdão é reconhecimento que somos falhos e que a vida tem sua dinâmica própria, nem tudo que planejamos sai como gostaríamos.

Essa tal reflexão, dar e pedir perdão são propícios para falar da essência que está dentro de nós; o ato de mudança, que gera o amor, tem uma música que gosto muito que tem a seguinte frase: “A menor intenção de ser melhor já é amor... desde um sorriso a um olhar sim é amor”. Nossas intenções modificam o que acontece ao nosso redor, todo aquele que está ferido foi ferido por algo/alguém, este machucado precisa de tratamentos específicos.
Quando uma criança se machucada, a primeira atitude de sua mãe é lavar o machucado, tirar toda a sujeira para em seguida passar o remédio adequado.

O nosso coração é desta maneira também, machucado fica envolvido por diversos sentimentos que impedem de caminharmos. Como qualquer machucado tem sua cicatriz, a nossa memória é a cicatriz da alma, que nos lembra sempre aquilo que aconteceu nos remetendo a aquele sofrimento novamente. Quando esta lembrança está bem resolvida, ela não será relembrada de forma prejudicial, mas sim como uma vitória, pois já foi superada. Uma das teorias da psicologia nos diz que, para superar nossos medos é preciso encará-los de frente, a palavra chave do nosso tratamento é o perdão. Quando ele acontece não há espaços para situações inacabadas, ferida abertas sem tratamento, ele tem a fórmula dois em um: limpa e cicatriza no mesmo momento.



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